quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Coral Estudantil

O professor Eder esta montando um coral em nossa escola.


 
 
 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

7 DE SETEMBRO

Um pequeno resumo sobre a Independência do Brasil



Introdução

A Independência do Brasil é um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Dia do Fico

Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

O processo de independência

Após o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma série de medidas que desagradaram a metrópole, pois preparavam caminho para a independência do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembléia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou também que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o " cumpra-se ", ou seja, sem a sua aprovação. Além disso, o futuro imperador do Brasil, conclamava o povo a lutar pela independência.

O príncipe fez uma rápida viagem à Minas Gerais e a São Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os últimos acontecimento, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilização social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembléia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrópole.

Estas notícias chegaram as mãos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para São Paulo. Próximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou : " Independência ou Morte !". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independência do Brasil. No mês de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.



Bandeira do Brasil Império. Primeira bandeira brasileira após a Independência.

Pós Independência

Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.

Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Diário de Bordo da EMEF Antonio Fenólio


Atividades Desenvolvidas com alunos dos 8º e 9º Anos

Março

 - Fizemos uma roda de discussão para trocarmos ideias sobre tecnologia e Blog;
 - Os alunos fizeram uma pesquisa para entender o que são Blogs e seus Objetivos;
 - Levantei quais eram os assuntos de maior curiosidade entre eles;
 - Baseado nestes assuntos que eles tinham curiosidade, pedi para elaborarem uma pergunta sobre os temas abordados.

Abril

  - Solicitei aos alunos uma pesquisa sobre "Mapa Conceitual";
  - Com os professores, separamos as perguntas de cada aluno e formamos grupos de pesquisas;
  - Em sala separamos os grupos e pedimos para criarem o "Mapa Conceitual" dos assuntos que os grupos desenvolverão  sobre  as pesquisas.

Maio

  - Iniciamos então, a criação dos Blogs;
  - Estamos na fase de :
                    - Criação do Perfil e Lay Out dos Blogs.


Junho

  - Efetuamos a criação dos Blogs dos Alunos ( Nem todos os alunos conseguiram criar o Blog na aula, orientei que fosse feito em casa );

   - A partir desta fase de criação, os alunos passarão a fazer pesquisas relacionadas ao tema da pergunta escolhida;

  - Tivemos a aplicação da Prova Brasil.

Julho

  - Conselhos de Classe Participativo.

Agosto

   - Explicação do funcionamento do Programa da Microsoft ( Power Point ), Ferramentas e Recursos; 

   - Os Grupos irão criar uma apresentação no Power Point falando sobre o tema "Gravidez na Adolescência", causas e conseguências;

   - Tivemos neste mês um campeonato de Futsal, onde foi envolvida toda comunidade escolar.

Setembro

-Os alunos dos 9ºs. anos desenvolveram uma atividade de literatura, entitulada "Literatura no Barbante" sob a orientação da professora Célia.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Gravidez na Adolescêcia


Introdução
 Os números sobre gravidez na adolescência aumentam a cada dia, trazendo um grande problema a sociedade, que supõe, nos jovens de hoje, um alto grau de informações sobre assuntos relacionados ao sexo.
Infelizmente estas informações nem sempre são assimiladas e a gravidez precoce e indesejada torna-se um grande problema para adolescentes de todos os níveis sociais, embora afete em maior grau, as camadas de baixa renda.  
Principais causas da ocorrência de uma gravidez prematura.
 Falta de informações sobre métodos anticoncepcionais e reservativos, principalmente em classes de baixa renda, onde a escolaridade é muito baixa.
O desejo dos adolescentes de não assumir diante seus pais uma vida sexual ativa faz com que as meninas não usem nenhum tipo de contraceptivo ou use algum método ineficaz.
O uso de drogas e bebidas alcóolicas afeta os efeitos dos contraceptivos, o que faz com que a menina engravide mesmo usando algum tipo de anticoncepcional.
O desejo da adolescente de autoafirmar-se como adulta, a contraposição as regras impostas pelos pais ao ato sexual e o desejo de viver ao lado da pessoa amada leva a uma gravidez “inesperada”.
A crença de que uma gravidez não irá acontecer com eles faz com que não se previnam.

Dados sobre a gravidez na adolescência

1 em 3 mulheres de 19 anos já são mães ou estão grávidas do 1º filho.
1 em 10 mulheres de 15 a 19 anos já tinham  2 filhos.
49,1% destes filhos foram indesejados.
54% das adolescentes sem escolaridade já haviam ficado grávidas
6,4% das adolescentes com mais de 9 anos de escolaridade já eram mães ou estavam grávidas do 1º filho.
55,6% dos jovens entre 16 e 25 anos não usam preservativos nas relações sexuais.
18% das adolescentes entre 15 e 19 anos já ficaram grávidas alguma vez
 Entre 17,5 milhões de meninas adolescentes existentes no país, 1,1 milhão engravidam todo ano.
 Em cada grupo de 17 garotas 1 já está ou ficará grávida por ano.

A influência da mídia na gravidez de adolescentes

A banalização do sexo nos meios de comunicação está fazendo com que o adolescente experimente, cada vez mais cedo, o contato sexual.
No entanto, a falta de maturidade do adolescente faz com que ele não se previna contra uma gravidez prematura ou doenças sexualmente transmissíveis
As emissoras de televisão acreditam passar informações aos adolescentes quando, na verdade, apenas mostram o sexo como um ato sem resultado algum e que, portanto, não deve ser pensado com responsabilidade.
Um exemplo desta banalização do sexo e até mesmo da gravidez na adolescência está nos programas exibidos aos domingos, onde apresentadoras expõem sua gravidez como algo público e incentivam adolescentes a engravidar, passando um sentimento de naturalidade excessiva ao fato de meninas de 15 anos estarem grávidas.

Conclusão

A gravidez na adolescência é um grave problema social que só será resolvido quando os adolescentes entenderem a importância da prevenção e do sexo seguro, vendo-o como uma atitude que deve ser tomada com muita segurança e respeito.
A função de pais e educadores é fazer com que o jovem assimile esse mundo de informações que lhes são jogadas diariamente e não apenas acreditar que eles já sabem tudo.




O Exemplo é Tudo


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Aprender, Apredendo a Jogar Xadrez"

História do xadrez



A história do xadrez tem sua origem controversa, do qual é possível afirmar foi inventado na Ásia. Atualmente, a versão mais aceita e amplamente difundida é de que surgiu na Índia com o nome de chaturanga, sendo então disseminado para a China, Rússia, Pérsia e Europa onde atingiu as regras atuais. Entretanto, pesquisas recentes indicam a origem na China do século III a.C., a região do Uzbequistão e a Pérsia antiga (atual Irã.

Um dos primeiros registros literários surgiu no poema persa Karnamak-i-Artakhshatr-i-Papakan escrito no século VI, e a partir deste ponto sua evolução é melhor documentada sendo amplamente aceita no meio acadêmico. Após a conquista da Pérsia pelos árabes, estes assimilaram o jogo e o difundiram através do ocidente levando-o ao norte da África e Europa nas atuais Espanha e Itália por volta do século X, de onde se expandiu para o resto do continente até a região da Escandinávia e Islândia.

No oriente, o xadrez se expandiu da sua versão chinesa, o Xiangqi para a Coréia e Japão também no século X.

Por volta do século XV o jogo estava amplamente difundido pelo velho continente e dentre as variantes existentes do jogo a européia destacou-se mais, devido a rapidez proporcionadas pela inclusão da Dama e Bispo. Apesar de já existirem literaturas anteriores na época, foi neste período que começaram a surgir as primeiras análises de aberturas em virtude das novas possibilidades do jogo.

As partidas começaram a ser registradas com maior frequencia e mais estudos da teoria foram publicados. No século XVIII foram fundados os primeiros clubes para a prática do xadrez e federações esportivas na Europa, e em decorrência do grande número de pequenos torneios acontecendo por todo o continente, em 1851 foi realizado o primeiro torneio internacional em Londres. A popularidade das competições internacionais levou a criação do título de campeão mundial, vencido por Wilhelm Steinitz em 1886 e em 1924 é fundada a Federação Internacional de Xadrez (FIDE), em Paris, que organiza a primeira Olimpíada de Xadrez e o mundial feminino, vencido por Vera Menchik.

Com a popularização dos computadores ao fim da década de 1950, começam a surgir os primeiros programas que jogam xadrez, que acompanharam a evolução do processamento de informação e introduziram o jogo na era moderna com competições on-line e acesso facilitado a análises de partidas.

A origem do xadrez ainda é motivo de debate entre os historiadores do enxadrismo, do qual a teoria mais difundida é que tenha sido criado na Índia, durante a dinastia gupta por volta do século VI. Esta teoria é fundamentada nos primeiros registros literários persas e análise da etimologia das palavras empregadas no jogo e sua evolução conjunta com o xadrez.

Entretanto, teorias alternativas propõem que o xadrez tenha sido criado num período anterior em diferentes localidades como China, Irão e Afeganistão. Estas versões alternativas exploram evidências arqueológicas, militares, literárias e recursos da filogenética em contra-posição a teoria indiana. As similaridades entre o chaturanga e o Xiangqi, considerado a versão chinesa do xadrez, são exploradas indicando que estes jogos poderiam ter se influenciado através do contato entre as civilizações através da roda da seda, assimilando alguns aspectos de suas regras e formando versões híbridas, o que poderia remontar a Grécia antiga e a conquista de Alexandre, o Grande sobre a Ásia menor no século III a.C. Existe a perspectiva que no futuro novas análises das literaturas existentes e descoberta de mais artefatos arqueológicos na Índia e China possibilitem esclarecer em definitivo a origem do xadrez.

China

Uma outra versão bastante aceita para a origem é de que ele tenha se originado na China em 204 -203 a.C. por Han Xin, um líder militar, para dar às suas tropas algo para fazer no acampamento de inverno. Um jogo conhecido como "Xiangqi" que tem um rio, um canhão, um cavalo, uma torre, um rei, um peão e um bispo, sendo que estas quatro últimas peças localizam-se na mesma posição do xadrez ocidental. As peças tem inscrições em caracteres chineses e são colocadas em "pontos".

Há duas referências do xadrez na literatura antiga chinesa, a primeira foi de uma coleção de poemas conhecida como "Chu chi" do autor Chii Yuan. A segunda é de um famoso livro de filosofia conhecido como "Shuo Yuan" que citava Chu Chi.

Pérsia antiga

Historiadores iranianos questionam a ausência de evidências arqueológicas indianas anteriores ao século IX enquanto evidências persas já foram encontradas como sendo do século VI, como uma hipótese da origem do xadrez pertencer a Pérsia antiga, atual Irão. Apesar da literatura indiana anterior ao século VI ser rica, não faz menção específica ao chaturanga, somente ao Ashtāpada, e a utilização da palavra chaturanga anterior ao século VI não está relacionada ao jogo, sendo que as evidências mais claras surgiram somente no século IX. A etimologia do jogo também não seria objetiva a respeito do uso da palavra em sânscrito chaturanga que significaria somente "exército" não ficando claro se é uma referência ao xadrez ou a outro jogo.

A influência persa na nomenclatura do jogo, do qual a maioria das palavras tem como raiz a língua pahlavi, também são consideradas como argumentos a favor da teoria iraniana.

A presença da figura do elefante como um dos argumentos utilizados para justificar a origem indiana do jogo é questionado segundo o qual os animais não eram exclusividade da Índia, sendo conhecidos desde o período ptolemaico no Egito, e utilizados nos exércitos persas e por Alexandre, o Grande durante a campanha de conquista da Índia no século III a.C.. As literaturas persas Chatranj namâg e Shāh-nāmeh que indicam a origem do jogo como de um outro reino a oeste, relatado como Hind e que trouxe o chaturanga para corte persa, poderia indicar uma província oriental do império persa que inclui a província moderna do Sistan e Baluchistão, que durante a dinastia Aquemênida era uma extensão da província do Khuzistão.

Surgimento na Índia Krishna e Radha jogando chaturanga em um tabuleiro do Ashtāpada.



A análise filológica do jogo o liga com clareza a palavra chaturanga que designava as quatro partes do exército indiano - bigas, elefantes, cavalaria e infantaria - desde o século V a.C. Inicialmente era praticado sobre o tabuleiro do jogo Ashtāpada, cujo significado foi estabelecido por volta do século II a.C. e sugeria um objeto familiar.

O chaturanga é o jogo mais antigo com características essenciais a difinição do jogo que são encontrados em versões posteriores - dois jogadores se enfrentando em um arranjo inicial das peças simétrico, com peças de movimentos diferentes e a vitória dependendo do captura de uma única peça. Não é claro se o chaturanga utilizava dados para designar seus movimentos embora a grande maioria dos jogos indiano os utilizasse.

Uma das lendas a respeito da origem indiana do xadrez, contado no poema persa Chatrang nâmag (c. Séc VII) e no livro persa Shāh-nāmeh (c. Séc. XI) relata que um Rajá indiano enviou seu vizir Tâtarîtos a corte de Cosroes I Anôšag-ruwân, Xá da Pérsia, com muitos presentes que incluíam dezesseis esmeraldas e rubis, noventa elefantes e mil e duzentos camelos carregados com ouro, prata, jóias, pérolas e roupas. Os presentes acompanhavam o seguinte desafio, do qual Cosroes pediu por quatro dias para resolver o enigma das regras do chaturanga tendo um de seus sábios teve êxito no tempo previsto.

O livro Shāh-nāmeh descreve ainda mais duas lendas a respeito da origem do xadrez. A primeira conta a história do brâmane Sissa ibn Dahir que criou o jogo a pedido de um rajá indiano e como recompensa pedira um grão de trigo na primeira cada casa do tabuleiro, dobrando progressivamente para cada em cada casa. A outra história conta que o jogo foi inventado a pedido da mãe do Rei Gav, de modo a provar que este não havia provocado a morte do irmão Talhend durante uma batalha sendo esta recosntituída sobre o tabuleiro.

A Pérsia antiga

Ilustração do livro Shāh-nāmeh, mostrando uma partida na corte persa.



O poema Mâdayân î chatrang ou simplesmente Chatrang nâmag é a primeira evidência literária que descreve as peças de xadrez e a chegada do chaturanga na Pérsia, embora a datação do texto seja controversa do qual historiadores estimam ser do século VII a IX.

Por volta do século VII outro poema, Xusraw Kawadan ud redag escrito na língua pahlavi, menciona o chaturanga, Ashtāpada e o nard, antecessor do gamão. Cosroes foi o Xá da Pérsia de 531 a 579 e entre as possibilidades existentes, seria o primeiro a receber um conjunto de peças de xadrez da Índia.

Na região da Pérsia, foram encontrados os vestígios arqueológicos mais antigos do jogo, localizados no sítio arqueológico de Afrasiab perto da cidade de Samarcanda no atual Uzbequistão. As denominadas peças de Afrasiab são sete em número (1 Rei, 1 Torre, 1 Vizir, 2 cavalos e 2 peões) com um tamanho médio de 3 cm de altura que foram datados do séc VII.

As primeiras adaptações ao chaturanga foram a tradução do jogo que passou a se chamar Chatrang e das peças que mantiveram o significado indiano de representar no jogo os quatro componentes do exército na época:bigas, cavalaria, elefantes montados e soldados além do soberano e seu conselheiro. Os persas também introduziram expressões no jogo como Shāh, atual xeque, utilizado ao ameaçar o Rei adversário, Shāh-mat (xeque-mate) que o Rei foi emboscado, capturado ou morto, o que indica o término da partida e Shāh-rukh que indica uma ameaça dupla ao rei e a Torre, que até então era a peça mais forte.

Desde o início o jogo foi popular tendo sido criadas variantes citadas em diferentes manuscritos como por exemplo o Murûj adh-dhahab e a enciclopédia Nafâ'is al-funûn que descrevem um total de sete variantes praticadas na época, apesar de terem sido desenvolvidas já sob o domínio Árabe sobre a Pérsia. A primeira descreve o xadrez oblongo, o xadrez decimal, o circular, celestial (al-Falakîya) e o limbo (al-Jawârhîya). A segunda descreve também o Xadrez citadela (al-Husûn) e o xadrez grande (al-Kabîr) conhecido posteriormente como Xadrez de Tamerlão.

A Conquista Árabe

Conjunto de peças do Shatranj, datadas do século XII.



Quando os árabes dominaram a Pérsia em 651 o profeta Maomé já havia falecido, o que provocou um longo debate entre os teólogos islâmicos sobre a legalidade da prática do jogo, que por fim permitiram suas práticas sob determinadas condições que incluiam não ser apostado, não levar a disputas ou linguajar impróprio.
O jogo tornou-se popular entre califas, como Harun al-Rashid, que patronavam os melhores jogadores de sua corte e no final do século IX já era amplamente aceito e difundido no mundo árabe sendo levado para o norte da África, Sicília e Península Ibérica. Surgiram então os primeiros grandes jogadores, notáveis em suas épocas, pela capacidade de jogar mesmo dando vantagens de peões até torres para seus adversários. Al-Adli, Al-Razi e Al-Suli foram os grandes nomes deste período, tendo-se destacado tanto no xadrez como nas artes e ciências.

Os árabes foram os primeiros a estudar com um método analítico as fases do jogo de aberturas, meio-jogo e finais, buscando explorar as fraquezas existentes em cada uma delas. Criaram inúmeros problemas denominados mansūbāt representando os finais típicos de uma partida, utilizando as regras do Shatranj, versão arabizada do Chatrang persa. Desde período, também é a primeira referência a uma partida de xadrez às cegas, relatado por Al-Safadi num manuscrito árabe do século XIV.

Chegada à Europa



Templários disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Libro de los juegos (1283).



Por volta do século X o Shatranj foi introduzido na Europa pelos árabes, através da conquista da Espanha, onde rapidamente se popularizou alcançando todo o continente europeu já no final do século XI. As restrições religiosas a prática do xadrez continuaram, apesar de continuarem a serem desobedecidas tanto pela corte européia quanto pelo clero. O primeiro registro literário em solo Europeu, o poema Versus de Scachis encontrado num monastério na suíço, descreve o movimento das peças de xadrez e as regras do jogo e o tabuleiro com o padrão dicromático empregado atualmente. As regras descritas ainda eram as mesmas do Shatranj, entretanto este poema faz primeira menção à Dama (Regina, em latim), embora ainda com os mesmos movimentos do fers e regras diferentes para a promoção do peão que impediam duas Damas sobre o tabuleiro, visando manter a monogamia real.
Templários disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Libro de los juegos (1283).

Rei europeu disputando uma partida de xadrez numa iluminura do Liber de Moribus, (aprox. 1300).
Assim como entre os teólogos islâmicos, a prática do xadrez foi discutida entre os teólogos católicos e proibida apesar das divergências da interpretação da lei canônica. Uma carta entre Pedro Damião, Bispo de Óstia em aproximadamente 1061, para o Papa eleito Alexandre II discutia o assunto. Até aproximadamente o século XIV, a prática do xadrez foi proibida em várias ocasiões em diferentes países (França, Rússia, Inglaterra e Alemanha) e religiões (Igreja Ortodoxa, judaísmo e catolicismo).
Lentamente, o jogo começou a ser aceito pela nobreza, sendo considerado um entretenimento apropriado para cavaleiros, soldados, cruzados, menestréis. Era permitido também que um homem visitasse o quarto de uma Dama com a intenção de jogar xadrez.

Por volta de 1250 surgiram os primeiros sermões que utilizavam o xadrez como uma metáfora para o ensino de ética e moral. Estes trabalhos eram denominados moralidades e se tornaram muito populares na época. A primeira obra do gênero foi Quaedam moralitas de scaccario per Innocentium papum (a Moralidade Inocente), de autoria atribuída ao Papa Inocêncio III (1163-1216), um prolífico escritor de sermões e posteriormente a um frei franciscano chamado John of Wales (1220-1290). Na segunda metade do século XIII, o monge Jacobus de Cessolis, publicou os sermões Liber de Moribus Hominum et Officiis Nobilium Sive Super Ludo Scacchorum (Livro de costumes dos homens e deveres dos nobres ou o livro de xadrez), um trabalho que se tornou muito popular sendo traduzido para várias línguas e a base do livro The Game and Playe of the Chesse, um dos primeiros livros impressos na língua inglesa.

Por volta do final do século XV o jogo sofreu a principal alteração de sua história, com a substituição dos lentos Fers e Fil pela Dama e Bispo, respectivamente. Esta nova versão do jogo surgiu no sul da Europa e rapidamente se popularizou pelo continente, tornando obsoleto todo o conhecimento adquirido previamente sobre a teoria de aberturas e finais em virtude da grande mobilidade das novas peças.

Surgiram então as primeiras análises e livros contemplando novas regras de Luis Ramirez de Lucena em Repetición de Amores y Arte de Axedrez (1497), Damiano em Questo Libro e da Imparare Giocare a Scachi (1512) e Ruy López de Segura em Libro de la Invención Liberal y Arte del Juego del Axedrez (1527), sendo este último o mais forte jogador da época e primeiro a formalizar as regras do roque num único movimento e a captura en passan. Outros nomes surgiram como Paolo Boi, Polerio e Greco que eram patronados em diferentes cortes, produzindo uma grande variedade de manuscritos com novas teorias em aberturas.

Expansão pela Ásia

A análise etimológica das peças de xadrez indica que o xadrez foi introduzido na Rússia a partir do Chatrang, de origem persa. Enquanto na Europa a figura do fers já havia sido transformada na Rainha a peça permanecia masculinizada na Rússia como ferz, e o Bispo e a Torre figurados como um elefante e um barco, respectivamente. As evidências arqueológicas mais importantes foram escavadas na cidade de Novgorod, indicando que o jogo foi introduzido por volta do século IX.

Quando os europeus tiveram contato com a cultura russa, o jogo já estava plenamente estabelecido e a versão européia das regras lentamente substituiu as regras do Chatrang, embora ainda no século XVIII algumas tribos no extremo oriente fizessem uso das regras antigas. Assim como no Europa, a monarquia também demonstrava interesse pelo jogo, patronando os melhores jogadores. Os czares Ivã IV da Rússia, Catarina, a Grande e Pedro I da Rússia estão entre os monarcas que demonstraram tal interesse.

Na China, o chaturanga foi possivelmente introduzido pela rota da seda entre a região de Kashmir e o império chinês por volta do século VIII. Entretanto, o império chinês se fechou ao contato externo dificultando a penetração do jogo, o que só foi modificado após a Segunda Guerra Mundial e o estreitamento das relações externas com a União Soviética.

As escolas de pensamento



Gravura de Philidor em L’analyze des échecs. Londres, segunda edição, 1777.

Em 1749 Philidor publicou seu livro L'analyse des échecs discutindo em detalhes a estratégia como um todo e a importância da estrutura de peões no jogo como um fator posicional. Seu livro incluia catorze partidas fictícias e várias anotações de meio jogo discutindo características como peões isolados, dobrados, atrasados, passados e ilha de peões.

Philidor foi o melhor enxadrista de seu tempo e seu livro uma obra de referência do xadrez moderno por mais de um século, sendo traduzido para vários idiomas e suas idéias deram base para a primeira escola de pensamento do xadrez, a Escola de Philidor. Apesar disto, a escola italiana desenvolvida por Ponziani, Lolli e Del Rio por volta de 1750, que em oposição a Philidor preconizavam um desenvolvimento rápido das peças e o ataque direto sobre o Rei adversário, dominaram o desenvolvimento da teoria até o final da década de 1840.

Neste mesmo período, surgiram em Londres e Paris as primeiras cafeterias que popularizaram a prática do jogo. O Slaughter's (em Londres) e o Café de la Régence (em Paris) presenciaram os primeiros confrontos entre os melhores jogadores do período como Stamma, Kermeur e Philidor. Já no início do século XVIII, surgiram os primeiros estabelecimentos voltados exclusivamente para a prática do xadrez, os clubes de xadrez em Londres, Praga, Viena e Paris. Isto aumentou a necessidade de formalização das regras, visando a realização de torneios nas agremiações e a partir de 1803 os clubes começaram a publicar seus conjuntos de regras.

Por volta da década de 1840, o centro do xadrez europeu ainda era na França, que detinha os melhores jogadores da época como Bourdonnais e Saint-Amant porém, após a vitória de Staunton sobre o último a Inglaterra ascendeu como centro mundial do xadrez iniciando a escola de pensamento inglesa. Lasa, Staunton e Jaenisch (de modo independente) publicaram os primeiros livros de regras para o xadrez no final deste período, que foram a base competições subsequentes. Lasa foi co-autor do Handbuch des Schachspiels (1843) utilizado na língua alemã e Staunton publicou o livro Chess Praxis (1860).

Nascimento do esporte



Wilhelm Steinitz, o primeiro campeão mundial.

Em 1851, foi disputado em Londres o primeiro internacional, vencido por Adolf Anderssen. A partir de então vários torneios foram realizados nas principais cidades da Europa como: Londres (1862); Paris (1867); Baden-Baden (1870); Viena (1873); Berlim (1881), e; Hastings (1895).

Neste período surgiram também os primeiros enxadristas profissionais, primeiro em Londres principal centro do xadrez na época, e depois em outras cidades.

Inicialmente, estes jogadores disputavam partidas em seus clubes, muitas vezes em simultâneas e às cegas, cobrando pequenos valores por isso. Com os torneios se popularizando, os melhores jogadores dedicaram-se a estas competições como: Joseph Henry Blackburne, Louis Paulsen, Wilhelm Steinitz, Johannes Zukertort, Cecil Valentine De Vere, Szymon Winawer, Isidor Gunsberg, Mikhail Chigorin, Samuel Rosenthal e Johannes Minckwitz.

Em 1886 foi disputado entre Steinitz e Zukertort a primeira disputa oficial pelo título de campeão mundial, apesar do termo já ter sido empregado anteriormente.

Steinitz, o melhor jogador da época, venceu a disputa e manteve o título até 1894 quando foi derrotado por Emanuel Lasker. Surgem então novos jogadores, além de Lasker, que utilizavam um estilo de jogo mais posicional, conhecido como escola moderna do xadrez, com nomes como: Siegbert Tarrasch, Frank Marshall, Dawid Janowski, Carl Schlechter, Akiba Rubinstein, Harry Nelson Pillsbury e Géza Maróczy.

Apesar dos primeiros conceitos da escola ortodoxa terem sido propostos por Steinitz, considerado fundador desta, somente esta geração de jogadores reconheceu os trabalhos de Steinitz devidamente, do qual Lasker afirmou:"...And I who vanquished him must see to it that his great achievement, his theories should find justice, and I must avenge the wrongs he suffered." (E eu que o derrotei devo ver suas grandes conquistas, suas teorias devem encontrar justiça, e devo vingar as injustiças que sofreu). Surge então o prodígio cubano José Raúl Capablanca que conquista o título mundial de Lasker em 1921, pondo um fim no domínio germânico de jogadores europeus.

Capablanca, manteve uma invencibilidade de oito anos em competições sendo considerado ídolo do esporte e derrotado somente em 1927 por Alexander Alekhine.

Após a primeira guerra mundial, o xadrez começara a ser revolucionado por um novo estilo determinado hipermoderno dos teóricos Richard Réti, Savielly Tartakower, Gyula Breyer e notoriamente Aaron Nimzowitsch, principal autor desta escola com a obra Mein System (Meu Sistema), que preconizava o controle do centro a distância e a utilização dos bispos flanqueados e Aberturas Abertas.

Surgimento da FIDE

Selos postais russos, com o logotipo da FIDE ao fundo.

A partir do torneio de São Petersburgo de 1914, cresceram as iniciativas para a criação de uma entidade reguladora para o esporte, assim nasce a FIDE em 1924. O primeiro evento organizado pela entidade foram as Olimpíadas de Xadrez, vencida pela equipe húngara, e o Campeonato Mundial Feminino de Xadrez vencido por Vera Menchik, realizados em Londres no ano de 1927.

Os congressos da FIDE de 1925 e 1926 já manifestavam o interesse de organizar também o mundial masculino, porém o fundo de premiação de $10.000 dólares exigido por Capablanca era impraticável pela entidade que decidiu criar um título em paralelo de "Campeão da FIDE" em 1928. Bogoljubow venceu a disputa contra Euwe, entretanto foi esquecido após a derrota de Bogoljubow no mundial seguinte de 1929 contra
Alekhine, então campeão mundial após ter derrotado Capablanca no ano de 1927.

Alekhine concordava em disputar o título sob organização da FIDE, exceto contra Capablanca onde exigia as mesmas condições da partida realizada em 1927.

Após a Segunda Guerra Mundial, a FIDE reiniciou suas atividades com a organização do mundial de 1946. Entretanto Alekhine faleceu antes da competição deixando o título vago. Então no congresso da entidade de 1947 foram então decididos os participantes de um torneio que apontaria o novo campeão mundial, agora contando com o apoio da federação soviética, a FIDE indica Paul Keres, Reuben Fine, Mikhail Botvinnik, Samuel Reshevsky, Vasily Smyslov e Max Euwe para a disputa do ano seguinte.

Botvinnik venceu o torneio, dando início a uma era de campeões mundiais soviéticos até a década de 1990. Este domínio foi apenas interrompido entre 1972 e 1975 quando o prodígio estadunidense Bobby Fischer se tornou campeão ao derrotar Spassky no ano 1972.

No campeonato mundial feminino, o domínio de campeãs soviéticas que durou até 1990.

Atualidade



Quevedo demonstrando sua invenção, o autômato El Ajedrecista.

Ao longo do tempo, o duelo entre as máquinas (computadores) e o homem foi-se acentuando. O xadrez não foi exceção, as primeiras tentativas desta interação datam do século XIX, com tentativas de notação automática de uma partida através de dispositivos eletromagnéticos sobre o tabuleiro, conectados a um dispositivo de impressão. Com os adventos dos primeiros computadores no início de 1950, os cientistas da computação iniciaram o desenvolvimento de programas dedicados ao xadrez. Um dos primeiros testes envolveu o MANIAC I capaz de executar 10.000 instruções/segundo, entretanto devido a limitações de cálculo o tabuleiro empregado tinha uma versão reduzida, o xadrez de Los Alamos com seis colunas e seis fileiras, que reduziu o tempo de cálculo de quatro plies de três horas da versão tradicional para doze minutos.

Com o avanço da informática os motores mais sofisticados passaram a incluir funções de avaliação considerando a posição das peças de modo a buscar na árvore de possibilidades um lance ótimo de acordo com a estratégia do jogo. Por exemplo, um cavalo localizado ao centro do tabuleiro torna-se mais valioso, segundo a função de avaliação, do que um localizado num dos cantos do tabuleiro.